segunda-feira, janeiro 24, 2011

As civilizações mediterrâneas orientais

Os fenícios


     Nem todas as civilizações da Antigüidade oriental estavam associadas à agricultura, à pecuária e ao artesanato. Alguns povos. Alguns povos, como fenícios, semitas, dedicavam-se principalmente ao comércio no Mediterrâneo oriental. Oriundos da região da Caldéia, na Mesopotâmia, os fenícios se estabeleceram no atual território libanês, uma estreita faixa de terra, entre as montanhas e o Mediterrâneo.
      Vários fatores estimularam a expansão comercial e marítima da Fenícia. O cedro, abundante nas montanhas do Líbano, era a madeira ideal para a construção naval. Por outro lado, com exceção dos vales, o solo pobre não possibilitava alcançar uma suficiente produção agrícola. A solução foi lançar-se ao mar à procura de meios de subsistência e riquezas. Favoreceu o desenvolvimento do comércio a localização estratégica da Fenícia, entre o Egito, a Ásia Menor e a Mesopotâmia. Marinheiros e artesãos eram númerosos em sua população, que trabalhava para uma aristocracia formada por notáveis mercadores que monopolizavam o poder político nas cidades-Estado.
     Na Fenícia nunca houve uma unidade político-administrativa. Eram cidades - Estados, como Biblos, a primeira a se destacar comercialmente, explorando as rotas do Mediterrâneo oriental. Por volta de 2500 a.C. alcançou tamanha importância comercial que se tornou preponderante na Fenícia. Posteriormente, por volta de 1400 a. C., sua rival Sidon alcançava a supremacia naval e militar ao atingir mercados no Mediterrâneo ocidental. Tiro foi a terceira a se destacar ao acumular enormes riquezas, funcionando como intermediária entre o Egito e os mercados do Oriente. Fez alianças com os assírios, babilônicos e persas, para a prática do comércio e para o transporte marítimo das tropas, grantindo assim uma certa autonomia política em relação aos povos conquistadores.
     Os fenícios desenvolveram extraordinariamenteo artesanato, produzindo mercadorias de grande procura na região do mediterrânea, como armas, vasos, adornos de cobre e bronze, tecidos brocados, espelhos, objetos de vidro colorido. Produziam uma tinta púrpura, obtida de moluscos marítimos (múrice), para tingir tecidos, o que lhes garantia bons lucros.
  Dotados de enorme conhecimento técnico-naval, dominaram as rotas mediterrâneas, ultrapassaram o estreito de Gibraltar em direção ao Atlântico e alcançaram as ilhas Britânicas. Acredita-se mesmo que tenham feito a primeira viagem de circunavegação da África muitos séculos antes dos portugueses.
      Os fenícios alcançaram fontes produtoras de matérias-primas, como o cobre e o estanho na península Ibérica. Estabeleceram várias cidades-colônia no litoral mediterrâneo, que funcionavam como entreposto comerciais. No norte da África, fundaram Cartago, futuramente a grande rival de Roma. Era um entreposto de mercadorias que, produzidas na África Central, atravessaram o deserto do Saara em caravanas. Escravos, peles e penas, ouro, marfim e madeiras preciosas eram alguns dos muitos produtos que chegavam a Cartago.
      
     Os fenícios forma os criadores do alfabeto, um sistema de escritura no qual cada sinal representa um som (grafia fonética). Facilitava consideravelmente suas transações comerciais e seus trabalhos de contabilidade. O alfabeto fenício compunha-se de 22 sinais, correspondentes apenas às consoantes, pois se tratava de uma língua semita. Mais tarde, os gregos introduziram os símbolos correspondente às vogais. Com algumas modificações, tornou-se o alfabeto latino pela grande maioria dos povos ocidentais.

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