terça-feira, janeiro 04, 2011

A civilização Mesopotâmica






     O termo significa terra entre rios, no caso, entre os rios Tigre e Eufrates, com características semelhantes as do Egito, pois os dois rios forneciam facilidades excelentes ao transporte de mercadorias e a irrigação das terras. O regime dos rios era condicionado pelo degelo das montanhas na Ásia Menor, onde se situam as suas cabeceiras, cujas cheias inundavam as suas margens, estimulando a abertura de canais de irrigação e a construção de diques. Porém, suas cheias eram mais irregulares.
     Havia uma multiplicidade de povos que se estabeleceram nessa região, por ser de transição e aberta, como os Sumérios, Acadianos, Amoritas, Assírios e Caldeus.
     Nas planícies, no baixo curso dos rios, os agricultores era frequentemente atacados, eram povos que se dedicavam a agricultura e a criação de animais.
     Já no planalto, os povos organizavam sua produção, em torno de, saques e do pastoreiro.
     Nas sociedades hidráulicas da Mesopotâmia, a disputa pela posse das melhores áreas cultiváveis e da água foi muito intensa. Os povos mais fracos foram, então, submetidos pelos mais fortes que se valeram da violência para reduzí-los à escravidão e ao trabalho forçado.
     As cidades - Estados, que nelas surgiram, disputavam permanentemente as terras aráveis, transformando a região num cenário de lutas constantes.
     A revolução urbana, em que a região foi provavelmente a pioneira, explica-se pela necessidade de proteção. Com a expansão do comércio, facilitado pela sua localização estratégica, e o contato constante entre os povos, as cidades foram construídas como importantes centros de defesa e de comércio.
     Um grande número de cidades surgiram, ao longo do Rio Tigre e Eufrates, como Ur, Uruk, Lagash e Acad.
     Dominados por sacerdotes e guerreiros, nelas, o soberano representante dos deuses e proprietário da maior parte das terras, recebia impostos e a maior parte do saque nas guerras. Nesse período, as cidades eram independentes politicamente.
HÁ DOIS PERÍODOS NA HISTÓRIA POLITICA DA MESOPOTÂMIA

    a) Primeiro período, Período Babilônico - (por volta de 4000 a 1275 a. C.) marca a fundação de cidades como Lagash, Ur, Uruk e a primitiva Babilônia.

     b) Segundo período, Período Assírio - (1275 a 538 a. C.) incluindo os períodos de domínio da Caldeia (612  a 538 a. C.) e também o segundo período Babilônico, sob o reinado de Nabucodonosor (604  561 a.C.)

     Centro comercial de grande importância, controlando o trânsito pelo rio Eufrates, Babilônia se tornou uma potência militar. Seu rei, Hamurabi, conquistou longínquas regiões ao norte e a região conheceu um período de grande atividade comercial, coma fundação de novas cidades. Consolidando o seu poder, para mantê-lo, bem como para regulamentar as relações sociais, o rei decretou um código para todo o seu império. O código de Hamurabi é um modelo de jurisprudência na língua babilônica. Concebido há 37 séculos, o código legislava a partir da existência de três grupos sociais distintos: os ricos, o povo e os escravos. Portanto não havia igualdade de todos perante a lei, como em princípio ocorre no mundo contemporâneo.
     Curiosamente, os delitos cometidos pelos ricos eram punidos mais severamente e os escravos tinham alguns direitos garantidos. O código garantia grande independência da mulher em relação ao marido, mas este podia castigá-la por infidelidade. Os filhos herdeiros ficavam com os bens dos pais, mas as mulheres tinham direito apenas a um dote.

     Contudo, novas invasões aconteceram no século XVI a. C., que devastaram toda região, destruindo a hegemonia da Babilônia, com a dos Assírios, que preponderaram na Mesopotâmia em decorrência da sua superioridade militar (carros de combate, catapultas, aríetes, cercos e assaltos a cidades). Notabilizaram-se pela crueldade no tratamento dos prisioneiros. A partir do alto vale de Acad onde fundaram a cidade de Assur, comandados pelo Rei Sargão II, e seus sucessores Senaqueribe e Assurbanípal, conquistaram toda a Mesopotâmia e anexaram parte do vizinho reino judeu.
     Com as guerras, o número de escravos aumentou muito e um poderoso exército mantinha a dominação, aterrorizando as populações. Tal desumanidade vez com que povos dominados se levantassem contra a opressão dos assírios e destruíssem a Assíria.

NOVAMENTE O IMPÉRIO BABILÔNICO

     A nova dinastia babilônica, iniciada por Nabupolasar, teve curta duração, embora houvesse um notável desenvolvimento sob o governo do seu filho Nabucodonosor (605 - 563 a.C.). Seus domínios se estenderam por toda Mesopotâmia, conquistaram o reino de Judá, e trouxeram os judeus cativos para a Babilônia, episódio relatado na Bíblia. Nabucodonosor determinou a construção dos famosos Jardins Suspensos, uma das Sete Maravilha do Mundo Antigo, segundo os gregos. A economia passou por grande expansão com o uso de rotas comerciais, tendo como epicentro a cidade da Babilônia.
     Após sua morte, seus sucessores se envolveram em lutas pelo poder, provocando a debilidade estatal e militar. Os comandantes defendiam seus próprios interesses, o que possibilitou aos persas, comandados por Ciro, a conquista da Babilônia, em 539 a. C.

 
RELIGIÃO E CULTURA NA MESOPOTÂMIA

     Politeístas como os egípcios, os povos mesopotâmicos dedicavam aos seus deuses templos, oferendas e sacrifícios. Uma das preocupações era explicar a origem do mundo por meio dos mitos envolvendo os deuses, como Shamash, o Sol; Ishtar, deusa do amor; e Marduc, o criador dos homens. A atenção geral era voltada para os fatos do dia-a-dia. Os sacerdotes faziam as previsões diárias, interpretando a posição dos astros no céu e editava  horóscopos, interferindo na vida das pessoas, prevendo o futuro.
     A complexidade das relações econômicas urbanas favoreceu o desenvolvimento cultural. A escrita mesopotâmica eram ideogramas simplificados, escritos  em tábuas de argila com o uso de um estilete em forma de cunha. Por isso, é conhecida  como escrita cuneiforme. Dividiam o dia em 24 horas (quatro períodos de seis horas) e o ano por meio dos ciclos da Lua.
     Dada a escassez dos materiais de construção resistentes, a arquitetura e a estatuária da região não se situa entre as mais ricas da antigüidade. Tijolos de barro era o material que dispunham os engenheiros da região. Além dos Jardins Suspensos, destacaram-se os zigurates, construções altas que serviam de templo e de observatório astronômico. Construídos em forma de torre, na época sumeriana, era uma pirâmide de faces escalonadas.
     A habilidade no uso dos números fez avançar as operações matemáticas e a geometria aplicada. Estudos de astronomia, divisão de ângulos, calendários de sete dias, divisão do círculo em graus foram outras realizações culturais desses povos. Na literatura sobrevivem narrativas, como a do herói Gilgamesh, que aparece na Bíblia com o nome de Noé. Era famosa a biblioteca do rei Assurbanípal, pelo número de diversidade dos documentos e livros.

(FUVEST - 1989) Na antiguidade, a Europa mediterrânea e o Oriente Próximo viram o surgimento e o esfacelamento de diversos impérios. Sobre eles pode-se afirmar que:
a) a unidade política acabou depois de algum tempo por se fazer acompanhar por de uma unidade religiosa.
b) a diversidade cultural e racial enfraquecia-os, apesar da existência de mecanismos que pretendiam estabelecer uma real unidade.
c) os centros políticos coincidiam sempre com os centros economicos.
d) com exceção do Imprério Romano, todos nasceram de confederações de cidades-Estado em constante luta interna. 
e) seus centros dinâmicos localizavam-se nas zonas litorâneas, por terem economias essencialmente mercantis. 

 (FUVEST - 1992) Analise as proposições abaixo:
I - Do século IX ao VII a. C., os assírios organizaram um poderoso exército com cavalaria, carros e maquinas de guerra, conquistando um vasto império cuja queda foi acelerada pela crueldade com que trataram os povos submetidos.
II - As instituições políticas da cidade - Estado de Atenas, ao contrário de sua rival Esparta, não evoluíram no sentido de uma democracia.
III - Os maiores legados da civilização romana, foram o Direito (base de todos os atuais), as línguas latinas, a arquitetura, a escultura e a pintura. 

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