quinta-feira, março 24, 2011

Sugestão de livro

O Príncipe – Maquiavel



            Não tem como entender O Príncipe de Maquiavel, sem desvincularmos, da situação política da Itália no século XVI. Fragmentada em reinos, aldeias, feudos, cidades-estados, a região era constantemente invadida ou dominada, pelos espanhóis, franceses e austríacos, até a igreja católica contribuiu para a fragilidade da região, apoiando um ou outro invasor.
        Contudo, o termo Maquiavélico, virou um adjetivo pejorativo, sinônimo de intrigas, interesses, ou conquistas premeditadas. Como que um escritor, funcionário publico, foi imortalizado e hoje é de senso comum, o uso do seu nome para descrever ações, qualidades?
        O livro, mais que uma sugestão política, consegue entender o âmago das relações sociais, e talvez por isso tenha contribuído para populariza o nome do autor.



 “Os homens, quase sempre, caminham por estradas batidas por outros e agem por imitações” Maquiavel         

 “Quem se apóia no povo, apóia-se na lama”. Citado por Maquiavel.

 “Que a excessiva confiança não o torne incauto e a excessiva desconfiança no o torne intolerável” Maquiavel

“Os homens são tão simples e tão obedientes às necessidades presentes que quem engana sempre achará quem se deixe enganar.” Maquiavel

“Ao príncipe deve ter cuidado em desonrar a família, sobretudo a mulher. São duas coisas que os homens não esquecem a desonra e a usurpação dos bens”. Maquiavel

No livro descreve como o reino pode ser mantido, critica o absolutismo monárquico escrevendo que esse em sua essência não existe, uma vez que a corte é formado por conselheiros, imprestáveis e bajuladores; o uso da população, sem esse apoio o reino se torna intolerante, compara os reinos fortes, porém uma vez tomados, são fáceis de serem governados. Importante como que o ódio não prevalece, e um bom administrador deve ser inteligente o bastante para usar as duas naturezas do homem, a selvagem e a humana. Quanto a isso Maquiavel cita como exemplo os governantes da mitologia grega que eram instruídos por Quiron, justamente para saber lidar com as duas naturezas. Já sobre a natureza animal, Maquiavel sugere dois, o Leão e a Raposa, o Leão usa a força bruta, mas não sabe escapar das armadilhas enquanto que a raposa é hábil em situações de emboscadas.
Agora se tem uma coisa que Maquiavel consegue entender é esse liquido que faz a existência do ser humano, principalmente o ocidental, ao citar que o individuo versado na arte de enganar sempre encontra alguém para ser sua vítima. O individuo esquece mais forte a morte de um pai do que a usurpação de um bem. E o mais senso comum de todos é mais duradouro ser temido do que ser adorado.
            Apesar de não concordar com o termo em que maus atos justificam bons objetivos, não há como negar a genialidade desse cientista político, não somente na compreensão da sociedade de sua época como também na natureza torpe do animal classificado como humano.


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