sábado, abril 02, 2011

Guerras na Antiguidade Ocidental

GUERRA DO PELOPONESO

 
         Primeira guerra, onde a luta foi travada no contexto de discussões e participações públicas, as estratégias são até hoje discutidas e a forma de abastecimento das tropas influenciaram as tropas macedônicas e romanas.
        As estratégias atenienses de abandono do campo de batalha, acumulo da população nas cidades e alto investimento nas esquadras de guerra.
        A guerra vai ser narrada por Tucídides (464 a 401 a.C.) em que descreve a oposição entre uma democracia comercial e grande potencia marítima Atenas e uma aristocracia agrícola e potência militar terrestre Esparta.

INICIO DO CONFLITO: 4 DE ABRIL DE 431 a. C. COM A TENTATIVA DE TEBAS DE ATACAR PLATÉA ALIADA DE ATENAS E TERMINOU EM 25 DE ABRIL DE 404 a.C., COM A CAPITULAÇÃO DE ATENAS

          Os Persas com o desenrolar do conflito deu apoio financeiro e logístico a Esparta com a esperança de retomar o controle sobre as cidades – Estados do mar Egeu.
        Atenas contava com o apoio de várias cidades Estados enriquecidas com o comercio marítimo, alem de democratas espalhados por todo o mundo grego. Contou com a neutralidade de Argos e posteriormente com sua aliança no Peloponeso.

                           A GRÉCIA NO SECULO V

        O que chamamos de mundo grego era um conjunto de polis espalhadas pela península balcânica mar Egeu, na Ásia Menor, alem de colônias no mediterrâneo ocidental na Itália, Espanha e França.
        Os gregos falavam dialetos inteligíveis entre si, embora compartilhassem de aspectos culturais comum, a religião politeísta e os poemas homéricos. Contudo apresentavam diferenças notáveis que divergiam e lutavam entre si. Entre os gregos a cidadania não ultrapassava a fronteira da cidade-Estado.
        Nesse ambiente de cidades rivais a guerra não somente era corriqueira como essencial. A linguagem grega esta repleto de exemplos de valorização a guerra:
        Pólemos – guerra
        Agón – competição
        Mákhe – batalha
        Arete – coragem, era a ousadia e petulância na luta.
        A guerra estava presente também na educação dos meninos gregos na formação do individuo e no coletivo.

             ASPECTOS GEGRÁFICOS DE ATENAS
       
        Localizados na Ática, região com planícies e colinas, embora as ocupações serem antigas, as aldeias foram unificadas tardiamente com instituições centralizadoras.

             REFORMA DE CLÍSTENES
        No século VI a. C., Clístenes reformou o sistema de tribos, ampliou o conselho que administrava a cidade para 500 membros (bule), e permitiu que cada cidadão registrado em uma demos (aldeia), poderia votar na assembléia popular a Eclésia.

             ESPARTA
       
Localizada no Peloponeso, tinha sido resultado de conquistas, onde uma elite militar os Esparciátas dominavam os periecos e hilotas desprovidos de direitos.
Os Espartanos tinham dois reis, um conselho a gerúsia e uma assembléia que escolhiam os éforos e os gerontes que administravam as cidades como hoje seriam os prefeitos e seus secretários.
Havia, portanto um antagonismo entre a modernidade e a inovação ateniense e o arcadismo e o conservadorismo de Esparta.
A tática de guerra em terra era a hoplítica, o exercito era composto por uma infantaria bem armada, lança , espada para o ataque e armadura defensiva com corpete, braçadeira, elmo fechado e um largo escudo redondo chamado de hoplón. Os soldados lutavam em formação cerrada escudo ao lado de outro escudo

     MARINHA DE GUERRA ATENIENSE

Fazendo uso da exploração das minas de ouro e prata de Láureo para a construção de 200 barcos de guerra. Durante o domínio Ateniense, está polis contará com 300 a 400 belonaves.
Seus navios de guerra contava com três ordens de remo, com 50 metros de cumprimento e 7 metros de largura. Em média havia 170 remadores e mais 30 soldados para o manejo da embarcação, os remadores eram atenienses pobres sem renda chamados de tetas, eram remunerados e no total somavam 40 mil homens que serviam como apoio militar.

                POLÍTICA DE ALIANÇAS

        As alianças são construídas primeiramente durante o enfrentamento contra os Persas, após o conflito os Espartanos vão fundar a liga do Peloponeso, primeiro porque era minoria dentro da sua própria cidade, onde a maioria eram os periécos e hilotas. Rivalizava o domínio político na região com Argos.
        Esparta também fez alianças com impérios orientais cultivando relações com a Lídia e o Egito.
        Já Atenas após a guerra contra os persas se preocupa em fortalecer a Ática pobre em recursos físicos, concentrava suas forças em assegurar o abastecimento de grãos proveniente do Mar Negro.
        Atenas não se mostrava predispostas em alianças internacionais com os orientais e construiu uma aliança com as cidades-estados gregas denominados de Liga de Delos. As cidades associadas deveriam auxiliar a liga com belonaves e um fundo, primeiramente concentrado em Delos e depois transferido para Atenas. Compunham a liga a maioria das cidades gregas a oeste a ao sul da Ásia Menor e é claro as ilhas do Mar Egeu.

     A PRIMEIRA GUERRA DO PELOPONESO

Eram constantes os conflitos por delimitação das fronteiras e guerra que daria a cidade acesso a outras regiões. Apesar de as alianças serem irregulares, quando havia necessidade estratégica elas se mantinham, como era o caso das rivalidades na Ática entre Atenas e Tebas e no Peloponeso entre Esparta e Argos.
Internamente havia disputas nas cidades-Estados em Esparta dominada por uma elite dória, temia-se a sublevação dos hilotas e dos periécos. Já em Atenas de regime democrático, havia a oposição da oligarquia.
Tucídides focaliza o conflito na oposição entre oligarcas e democráticos, onde os Espartanos temiam o espírito democrático e revolucionário ateniense.
O primeiro conflito iniciou-se com a Disputa entre Mégara e Corinto por regiões fronteiriças. Atenas apóia Mégara, pois fazia parte de sua estratégia isolar Esparta com fortificações muradas impedindo os espartanos de terem acesso a Ática.
Os espartanos entram no conflito e apesar do numero alto de perdas dos dois lados, Esparta demonstrava sua superioridade militar terrestre, o que fez Atenas aumentar suas fortificações. O conflito terminou com um acordo de paz de um período de 5 anos em que Atenas enfrentou problema com a continua persuasão sobre os membros da Liga de Delos.

             PERIODIZAÇÃO DO CONFLITO

Um acordo de paz com validade de 30 anos foi estabelecido em 446 e 445 a. C. Apesar de não conhecermos as cláusulas, pode-se supor o que foi acertado.
A – os Atenienses devolveriam as terras conquistadas por guerra no Peloponeso.
B – os Espartanos reconheciam o império Ateniense.
C – os aliados não poderiam mudar de lado, mas cidades neutras poderiam ser arregimentadas.
D – as divergências deveriam ser submetidas a arbítrio. Isso se constituiu uma inovação buscar na diplomacia soluções para futuros conflitos.
O tratado reconhecia uma bipartição do mundo grego. Com suas áreas de atuação e seus aliados.

            FORÇA MILITAR DAS DUAS POTÊNCIAS

        Atenas – 13 000 hoplítas
                         1 000 cavaleiros
                         1 400 efebos (jovens entre 18 e 20 anos)
                         2 500 veteranos (entre 50 e 60 anos)
                         9 500 metecos

        Esparta – contava com contingentes próprios menos numerosos, mas com muitas tropas aliadas

                  ORIGEM DA GUERRA DO PELOPONESO

        A guerra teve origem na disputa entre duas cidades estados membros da liga de Delos, Samus e Mileto, estas disputavam áreas e Mileto pediu apoio a Atenas, que quis levar a disputa a arbitragem questionada por Samus.
        Péricles invade Samus implanta a democracia e esta pede auxilio aos Persas, que destruiu a guarnição ateniense e serviu para outras cidades estados na liga pedirem auxilio aos persas.
        Esse fato, apesar de não desencadear a guerra, abriu a possibilidade de futuras contendas serem intermediadas pelos persas ou pelos peloponesos. Foi o que aconteceu entre Corinto e Córsira. Corsíra enviou embaixadores a Atenas a fim de persuadi-los a entrar no conflito. O argumento de Córsira foi bastante convincente dizendo que só existiam três marinhas poderosas no mundo grego, a sua, a nossa e a de Corinto.
        Atenas enviou uma pequena esquadra para forçar o recuo de Corínto. Outra medida inovadora foi o embargo econômico que Atenas aplicou a Mégara, que esta não poderia comercializar com seus navios em portos dos membros da Liga de Delos.
        Esparta atendeu as queixas dos membros da liga do Peloponeso optou pela guerra.
        Esparta queria levar a luta para o enfrentamento em campo aberto, já Atenas com Péricles fortaleceu a defesa e garantiu os abastecimentos de grãos através da Criméia e Egito. A defesa colocaria toda a população para dentro das muralhas abastecidas pela poderosa marinha.
        Como potência agrícola Esparta precisava dos soldados para auxiliar na colheita que iria acontecer da primavera ao outono, Péricles foi limitado pela democracia que tanto defendia ao ser impedido de invadir Esparta durante a colheita.
        A exaustão da tática de Péricles foi agravada com uma praga que veio junto dos grãos do Egito e acabou matando a população ateniense, inclusive Péricles foi vítima da praga. Atenas ainda tinha que sufocar rebeliões nas cidades aliadas, o que facilitou o ataque de Tebas a Pletae nas portas da Ática.
        No final das ofensivas, terminou empatado, Atenas confiando em seu império e Esparta em uma vitória em longo prazo.
        Quando as ofensivas recomeçaram, também foi marcado pelo equilíbrio das duas potências.
        Atenas acabou sendo capitulada por vários fatores internos, como divisão das responsabilidades de conduzir as frotas para vários generais de pontos de vistas diferentes, a submissão e o alto imposto cobrado às cidades-estados aliadas, divergência entre democratas e oligarcas.

                 AS CONSEQUENCIAS DA GUERRA

        As cidades-estados não foram libertadas por Esparta, foi dividida entre o domínio Espartano e Persa. Em Atenas impôs um governo títere, conhecido como o governo dos trinta tiranos, os democratas foram perseguidos e alguns se exilaram em Tebas, cidade que temia agora a expansão espartana.
        O pelotão de democratas partindo de Tebas conseguiu restituir a democracia em Atenas e em 25 anos os Atenienses recuperaram frotas, muralhas e antigos aliados.
        Trinta anos após a vitória sobre Atenas, Esparta perderia sua hegemonia agora pela ascensão de Tebas.
     Em longo prazo as cidades-estados independentes foram governadas por oligarquias.

       

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