domingo, abril 10, 2011

Guerras na Antiguidade Ocidental

GUERRAS PÚNICAS

“Aquele que conquista não vence a menos que o perdedor se considera derrotado”

        A guerra já foi à essência da história, na antiguidade os historiadores se comprometiam apenas em narrar batalhas e conquistas.




                OS ROMANOS E A GUERRA

        A relação dos romanos com a guerra sempre foi estreita, basta ler a descrição lendária do surgimento de Roma, onde Rômulo e Remo eram filhos de Marte, Deus da Guerra. Isto legitimaria a conquista dos romanos sobre os outros povos.
        Corroborando essa idéia, os romanos são os únicos povos da antiguidade a ter a luta de gladiadores com forma de ensinamento militar e transformar a morte em um espetáculo. Alem disso novas técnica e estratégias, como estradas e quartéis, incorporadas as antigas formas da infantaria iriam dar Roma uma superioridade frente aos seus inimigos.
        Contudo, no período Republicano, onde são travadas as três guerras púnicas, o exercito é diferente daquele constituído no período do império, os exércitos não eram profissionais e nem permanentes.
        A cavalaria era formada por membros da elite e a infantaria formada por camponeses.


As tropas também eram acompanhadas pelos socci, tropas aliadas.

                AS PRIMEIRAS CONQUISTAS ROMANAS

        As primeiras conquistas romanas acontecem no século III a. C., quando os romanos se dirigem para o sul da península Itálica. Após a vitória romana, contra os samnitas, Roma se volta contra a Magna Grécia.
        Comandando as cidades – Estados Gregas estava Pirro, conhecido por suas vitórias utilizando elefantes como armas. Pirro frente aos romanos muda a sua estratégia e ataca-os pelos flancos. A sorte dos romanos começa mudar quando, encontram meios de enfrentar os animais, o interessante foi o uso de javalis contra os elefantes, assustando-os e correndo contra seu próprio exercito.
        Os romanos conquistam a Magna Grécia e entram em contato com os Cartagineses.


CARTAGO E A EXPANSÃO ROMANA

        Cartago era no período, o grande centro econômico e político.

                            LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA

        Localizada no norte da África, onde atualmente fica a Tunísia, fundada por povos fenícios da cidade de Tiro. Cartago nasce com duas funções, tornar-se entreposto comercial no norte da África e explorar os recursos metalúrgicos da região.
        Após a conquista da independência, Cartago passa ser uma forte potência no Mediterrâneo Ocidental e, beneficiada pela proteção natural, cadeias montanhosas no sul e baia fechada no norte.
        Economia fundamentada no comércio e na exploração de metais na Espanha e no sul da Itália. Em Cartago todo poder político estava concentrado nos Sufetes, que presidia assembléia popular e os magistrados, o senado constituía o poder executivo, presidido por notáveis anciãos, controlavam a justiça e os tribunais. A assembléia popular, indicavam os sufetes e os membros do senado, o filosofo grego Aristóteles, consideravam o sistema político de Cartago perfeito por reunir elementos democráticos, republicanos e monárquicos.


PRIMEIRA GUERRA PÚNICA 264 A 241 a.C.

        O termo púnico vem do latim que significa aquele que habita Cartago.

        Com as recentes conquistas romanas na península Itálica, houve um crescimento das cidades acompanhado pelo crescimento populacional, a demanda por produtos alimentícios, sobretudo o trigo e também atender as novas necessidades comerciais, é desse período a cunhagem romana de moeda, aumentou os desejos por novas conquistas. Outra característica é a crescente dependência romana por escravos.
        Não tem ao certo um motivo para guerra que iria durar mais de 20 anos, porém tudo indica, que o conflito tenha se iniciado tendo como foco de tensão a cidade de Mesina que estava sob influência das duas cidades.
       
        Roma ocupa Mesina, e usou como argumento a liberdade da cidade contra mercenários, mas especulações sobre o ato demonstram as ameaças Cartaginesas às pretensões romanas no Mediterrâneo.
        Quando as tentativas amistosas de evitar a guerra fracassaram, Roma ataca Siracusa.
        Os embates dessa primeira guerra se deram no mar, uma vez que as disputas eram as áreas cerealíferas. Roma precisava aprimorar sua marinha de guerra.
        Roma inspira-se nos barcos púnicos capturados e constroem os quinquerremes, navios conduzidos por bancos contando com 5 remadores que não precisavam ter conhecimento náutico. Eram acompanhados por trirremes, navios mais rápidos.
        Os grandes navios, poderiam levar cerca de 300 homens, que com ponta de metal na proa do barco e uma rampa, os romanos transformaram batalhas marítimas em batalhas terrestres.
Os romanos iniciaram uma nova fase ao conflito, combatendo na costa da Sicília, vencendo várias batalhas, isso obrigou Aníbal a retornar para Cartago.
        Inspirados pelas recentes vitórias os romanos, comandados por Duílio, foram combater no norte da África. A tática era vencer os combates no mar e depois desembarcar em Cártago. Amilcar esperava os Romanos com mais de 150 mil homens e vários navios. Roma vence, resultado de suas invenções, motivado invadiram Cártago, comandados por Régulo.
        Régulo foi surpreendido pela boa estratégia do espartano Xapinto, que usando elefantes venceu os romanos e Régulo foi morto pisoteado por elefantes.
        Roma foi mais pragmática, resolveu garantir Sicília e não invadir Cartago. Roma termina a primeira guerra com o domínio sobre Sicília, Sardenha, Córsega e a Gália Cisalpina.
        Como conseqüência Roma aprimora sua administração, sua burocracia administrativa e realizam a primeira luta de gladiadores.

                       II GUERRA PÚNICA 218 A 201 a.C.

        Amilcar foi autorizado pelo seu governo a dominar a região da Espanha, ao morrer foi substituído por Asdrúbal, ao sucedê-lo expandiu os domínios para o norte se aproximando do rio Ebro, próximo aos Pirineus.
        Asdrúbal foi assassinado e substituído por Aníbal, que conquistou o interior da península. A Espanha era rica em ouro e prata. Diante da possibilidade da rápida recuperação de Cartago, Roma constrói alianças na região.
        A expansão cartaginesa chega até a cidade de Saguntum, fortemente murada e protegida pelas encostas, alem de ser aliada de Roma.
        A preocupação com Saguntum era estratégica se vencessem a cidade, os cartagineses teriam passagem livre sobre os Pirineus e chegariam até Roma.





        Roma dividiu seu exército, parte do exercito partia para Espanha e a outra para a Sicilia e de lá atacar o norte da África.
Ao se dirigir a Espanha, a Gália se revolta o que atrasa as perspectiva do general Cipião.
        Aníbal entra para história por ditar agora os movimentos, diferente do que ocorrera na primeira guerra púnica. Roma acreditava que os cartagineses iriam adotar uma luta defensiva, enquanto que Aníbal atravessa os Pirineus com seus elefantes e ataca a península Itálica.


         Por que invadir a Península?
        Aníbal desiste de atacar Roma, queria demonstrar a sua debilidade e a possibilidade de ser derrotada.
        Cipião retornou a Itália e mandou seu irmão Cineu combater as cidades Púnicas na Espanha.
        Aníbal venceu os romanos em várias batalhas, conseguiu adeptos e caminhou para o sul atrás de novos aliados. Os romanos apenas vigiavam seus passos, quando estes ficaram demasiados perigosos Roma resolveu atacar em Canae.

          Canae entrou para história como a maior derrota romana. O exercito romano marchou seguindo a planície costeira para preparar uma emboscada acompanhando o exercito púnico a distância.
        Enquanto os romanos atravessavam a planície, Aníbal enviou a cavalaria e a infantaria ligeira para provocar um pouco de desordem. Os romanos reagiram lutando até o cair da noite. Romanos e cartagineses ficaram se estudando durante alguns dias e fazendo uso de combates rápidos como o descrito anteriormente.
        A superioridade romana dava impressão de uma vitoria rápida, quando começou avançar não imaginava que seria derrotado por Aníbal.
        Quando os romanos começaram a marchar, Aníbal posicionou seu exercito em duas colunas, e no momento exato da travessia o exercito girou e formou uma linha única, essa linha subdividida em alas rápidas e leves, outro fator não menos importante foi o vento contra os romanos, os cartagineses usaram a poeira da marcha para ter vantagem. Diferente dos romanos que se organizava tendo a infantaria pesada à frente, os cartagineses faziam o contrario, quando os romanos conseguiram vencer a linha de frente encontraram uma infantaria pesada descansada e desejosa para lutar. Com esses movimentos as tropas romanas foram derrotadas.
        Por outro lado a estratégia de enviar o irmão para combater na Espanha começava a fazer efeito. Asdrúbal foi derrotado pelos romanos e assassinado, permitindo a conquista da península. Cipião passa a combater na África e vence o Rei Numida e ataca Cartago forçando o retorno de Aníbal que é derrotado mais pelo cansaço de suas tropas do que pela superioridade militar romana.
        Cartago assina um tratado de paz, que impõe duras condições de indenização, submete o reino, proíbe ter tropas militares e esta condicionada a Roma.
       
                III GUERRA PÚNICA – 149 A 146 a. C.

        Essa guerra acabou varrendo Cartago do mapa político da antiguidade. Cartago se estruturou economicamente, reestruturou as relações comerciais, fortaleceu-se e estava buscando a autonomia política.
        Catão foi responsável por uma delegação que iria investigar a situação de Cartago, e exagerou no grau de ameaça que Cartago representava.
        Era necessário encontrar um pretexto para guerra, que foi a expulsão dos numidas de Cartago. Roma disse que Cartago não tinha autonomia para isso e atacou a cidade.
        Cartago resistiu por três anos, houve relatos que as mulheres tinham sacrificado seus cabelos para fazer cordas para as catapultas.
        O cerco provocou a fome e epidemias entre os Cartagineses o que facilitou a destruição da cidade.

                             CONSEQUÊNCIAS

        - Dependência constante de terras e escravos
        - Dependência das províncias
        - Profissionalização do exercito
        - Conquista do mar Mediterrâneo ocidental
        - Miséria e pobreza dos plebeus
        - Conquista da Grécia e Macedônia

Nenhum comentário:

Postar um comentário