domingo, maio 01, 2011

Guerras na Alta Idade Média


CONQUISTAS BÁRBARAS


Um aspecto marcante das sociedades da idade média é o traço violento. A prática da guerra estava disseminada em toda sociedade, onde o estatuto social do individuo preconizava a vida do santo ou a do guerreiro.
Aquela era uma sociedade direcionada para agressão, suas características fundamentais resultam da junção de elementos herdados do mundo germânico e romano e que tem em comum o valor concedido à guerra.

ROMANOS E BÁRBAROS

As atividades bélicas definiram as instituições políticas e da sociedade romana, no primeiro ano do século cristão tinha sobre seu controle um dos mais extensos territórios já conquistados.
Na crise estrutural pelo qual o império romano passou, assisti-se a uma mudança significativa tanto no caráter da guerra como na forma de fazê-la. As reformas militares propostas pelos imperadores Diocleciano e Constantino tinham por fim adequar o exercito a nova situação, findado o período de conquista era necessário preparar o novo exercito para a defesa, as legiões e a guarda pretoriana deixaram de existir no século IV e em seu lugar apareceram duas unidades militares, as tropas de fronteira e uma força tática móvel instalada em pontos estratégicos.
As conseqüências políticas e financeiras alteraram as formas de recrutamento e pagamento militar, utilizando a troca de terras por serviços militares.
Alguns germânicos foram incorporados as tropas romanas, habitavam ao norte das fronteiras romanas, na atual Europa Oriental, nas proximidades do rio Reno, Danúbio e Don.
Do século IV ao VI, os germânicos estavam organizadas em confederação tribais, divididos em três grupos étnicos regionais, os escandinavos (Anglos Saxões e Jutos que habitavam a região do Mar Norte), os germanos ocidentais (Suevos, Turíngios, Burúngios, Alamos e Francos, habitavam as proximidades do Rio Elba) e os germanos orientais ( Godos, Alamos, Alamanos, Vândalos e Lombardos que habitavam entre o Rio Elba e o Don) a eles juntam-se um povo de origem asiática chamados de Hunos, ele que exerceram pressão aos povos instalados na fronteira provocando o que mais tarde comumente passou a se chamar “Avalanche Bárbara”.
Era comum a esses povos a migração, eram nômades, vivendo em organização tribal, tais povos não tinham divisões sociais definidas, não possuíam escritas e instituições sociais fundada em códigos de leis escritas e tiravam o essencial para sua vida da coleta e de uma agricultura incipiente e principalmente da guerra e do saque.
Fazer a guerra e impor tributos aos povos sedentários constituía sua principal forma de vida.
Certa estabilidade geográfica que existia entre os povos da Europa Ocidental era impensável na Europa Oriental.
Esses povos estabilizaram-se e formaram reinos, na Espanha, reino Visigodo e Suevo, Itália, reino Ostrogodo, Norte do Continente Africano, Reino Vândalo, Bélgica, França, Holanda e Alemanha, Reino Franco, Inglaterra, reino Anglo-Saxônico. Assisti-se no fim do século VI a chegada dos povos Lombardos no Norte da Itália, e entre o fim do século VIII e inicio do século XI a entrada dos povos Vikings, o império Bizantino assiste ao saque promovido pelos Ávaros a partir do século VI. E através do cristianismo esses povos passam a se Romanizarem no processo de sedentarização.
Soma-se o império muçulmano em meados do século VIII, que surgiu incorporando diversas tribos nômades.
A expansão árabe e a expansão mongol vão definir as estruturas daquilo que vamos chamar de feudalismo.

OS POVOS DA ÁSIA CENTRAL

Esses povos sempre representaram uma ameaça aos povos da Pérsia, Índia e China desde o terceiro milênio ante de Cristo e que passaram a ser incorporados por estas civilizações.
Foram necessários vários séculos para os Chineses conseguir modificar seu exercito e fazer frente aos povos nômades, incorporando o arco e a cavalaria.

HUNOS

Uma força organizada para a guerra, responsáveis pela conquista e incorporação de diversas tribos bárbaras. Vieram a constituir uma confederação de povos (ostrogodos, gépidas, rúgios e hérulos) cujas as tendas iam da Panônia até as fronteiras do império Bizantino.
Havia uma semelhança muito grande nesses povos na forma de lutar, entre os Citas contra os Persas, os Partos contra os Romanos os Ávaros contra os Francos e Eslavos e Húngaros contra os Bizantinos.
Essa semelhança era confirmada nas iconografias que apresentavam as mesmas armas, utensílio e uma ornamentação particulares muito parecidos. Traços comuns também são vistos nas formas de combate, o uso do cavalo, arco e flecha.
Foram também das estepes da Eurásia que os povos da Europa e Oriente Médio importaram uma significativa invenção o ESTRIBO. Este permitia o uso de couraça, lanças, mobilidade e equilíbrio aos cavaleiros e espadas longas.
O medo aos mongóis é relatado por chineses, persas e árabes, seus hábitos e costumes escandalizaram os cristãos. As vestimentas são geralmente de uma sujeira repugnante, não se lavam quase nunca, a limpeza é ignorada, a louça jamais são lavadas, limpam as mão na roupa que ficam brilhantes com a gordura e esta gordura toma o corpo e se estende pelo corpo servindo como proteção contra o frio. Arrotos são comuns a mesa e esvaziar o ventre na presença de qualquer um era comum.
Esse costume era resultado de um povo enfrentando a seca, a guerra, a fome e rudeza do ambiente.

                      POVOS GERMÂNICOS


O papel que a guerra desempenhava na sociedade germânica, este povo só aceitava a figura de um rei em momentos de conflito militar, em geral jovens formavam bandos sob a chefia de um mais experiente e velho.
Quando a paz reinava, jovens iam buscar guerras em outras regiões, os guerreiros sempre esperavam receber cavalos como parte do pagamento, parecendo pouco digno receber com suor aquilo que poderia ser concebido com sangue.
Três batalhas, entre o século IV e V, marcam o período de germanização do ocidente. A primeira aconteceu em 357 d. C, opuseram germânicos e romanos, lutando nas proximidades da cidade de Estrasburgo, na Alemanha, ela assinala a vitória da infantaria tradicional romana contra o inimigo.
A segunda ocorreu em Adrianópolis, nas fronteiras orientais do império opondo novamente, romanos contra ostrogodos e visigodos, nesta a infantaria romana foi destroçada pela cavalaria ostrogoda, ficando evidente o fracasso das formas clássicas de guerra.
A terceira aconteceu em Châlons, Galia, no ano de 451, Batalha dos campos Cataláunicos, de um lado o exercito romano germanizado e do outro uma confederação de hunos, sob a liderança de Átila. O que marcou a vitoria de Roma, o uso de cavalos em detrimento da infantaria e a germanização das tropas romanas.
O interessante é que os escritores cristãos identificavam essa germanização do mundo romano, com o fim do próprio mundo, descrito no apocalipse.
Contudo, os germânicos foram grandes admiradores dos romanos, se não conseguiram dar continuidade aos valores matérias, grandes construções e políticos, o direito romano, eram ótimos metalúrgicos, entalhadores e com a ourivesaria. Se destacavam sobretudo, na confecção de armas e que se tornariam pratica efetiva nas oficinas da alta idade média.

               DO GUERREIRO AO CAVALEIRO

As sociedades bárbaras se organizavam fundamentalmente para a guerra. Os homens livres eram a principio combatentes. Nestes reinos bárbaros a presença da guerra era tão marcante, que mesmo eventos tão corriqueiros estavam revestidos com a guerra, por exemplo, em um casamento estava entre o dote da noiva uma quantidade de guerreiros.
Havia algo de mágico e sagrado nas guerras, e morrer em batalha era a maior gloria que se esperava de um guerreiro. Os narradores destacavam os braços cortados, os sangues jorrados e os elmos partidos em seus contos.
Cada pertence bélico tinha um nome próprio o que humanizava o arsenal, até mesmo alguns nomes germânicos conhecidos fazem referencia a guerra como, por exemplo, Ricardo vem da associação de dois termos wic poderoso e hard ousado.
Como o período era de constante fome, ter um cavalo e armas não era para todos os membros da sociedade, a guerra tornou-se atividade para homens totalmente livres. Já entre aqueles que faziam a guerra, havia uma hierarquia sócio-militar, ficando os grandes proprietários como chefes regionais, os médios proprietários como chefes locais e os pequenos proprietários apenas como combatentes. Assim não existia uma força militar permanente, as tropas militares eram constituídas por infantes, determinados socialmente pelas suas posses pessoais.
Armas, lanças, espada longa, Francisca (machado de lançamento) herdaram a balestra do império romano. Não havia tática de guerra prevalecendo à habilidade individual do guerreiro, para proteção uma loriga, feita pequenos anéis indo da cabeça ao peito.

Nenhum comentário:

Postar um comentário